O “cenário de emergência” projetado por arquitetos incomparáveis em Olot é um cenário volátil e ambíguo, disponível para feiras, shows e outros rituais seculares.
No centro de Olot, uma pequena cidade no interior da Catalunha, uma intervenção pontual de desdensificação abre um pequeno vazio no tecido construído. As elevações de duas fileiras residenciais têm vista para o novo espaço público a leste e oeste, a fachada lateral da igreja de Tura o delimita ao norte, enquanto ao sul a parede cega de uma propriedade privada, uma vez adjacente ao prédio demolido, é suportado por uma sequência de contrafortes de concreto ásperos.
O projeto da Unparelld’arquitectes, encomendado pelo município de Olot, transforma os espaços restantes entre essas estruturas temporárias em três alcovas urbanas aconchegantes. Corredores elegantes ao ar livre surgem desses recortes irregulares, resultantes de restrições meramente técnicas. Abóbadas de barril feitas de tijolos expostos conferem uma certa monumentalidade ao conjunto, apesar de sua escala reduzida, e os globos de luz o tornam ainda mais solene à noite.
Ainda assim, o “cenário de emergência” dos arquitetos inigualáveis é antes de tudo irônico e evocativo. Os sinais da vida doméstica, uma vez ocorridos aqui, são encapsulados pelo artista Quim Domene no fundo duplo de cada baía.
A multiplicação de materiais e cores, sua inconsistência intencional e o caráter claramente inacabado de todas as obras de alvenaria, transformam essa arquitetura de volume zero em um dispositivo volátil e apropriado, um fundo ambíguo para feiras, shows e outros rituais seculares.
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