Memorial Brumadinho terá cerca de 1.220 m² e relembrará 272 vítimas da tragédia.
Quase dois anos depois do desastre do rompimento da Barragem Mina Córrego do Feijão, em Brumadinho, Minas Gerais, os moradores da cidade ganharão um monumento sensível que homenagerá suas vítimas.
Com projeto arquitetônico assinado pelo escritório de Arquitetura GPA&A, fundado pelo arquiteto e urbanista Gustavo Penna, o Memorial Brumadinho, que terá 1.220 m² de área construída, relembrará as 272 vítimas da tragédia.
“Este espaço vai possibilitar uma experiência sensível, individual e compartilhada, dando voz e forma àquilo que não esquecemos”, conta Gustavo Penna, em referência às vítimas, durante um pronunciamento oficial para a imprensa.
A ideia do projeto é gerar nos visitantes uma experiência de reflexão sobre a memória e a dor que o rompimento das barragens deixaram na comunidade local. A frase que estampará a entrada do Memorial é de Adélia Prado: “o que a memória ama fica eterno. Te amo com a memória, imperecível”.
Para isso, foi escolhido pela Associação dos Familiares de Vítimas e Atingidos pelo Rompimento da Barragem Mina Córrego do Feijão Brumadinho (Avabrum) um terreno de cinco hectares, adquirido pela empresa Vale.
O pavilhão de entrada representará os sonhos das vítimas. Outro ambiente, escuro e iluminado apenas por frestas de luz no teto, simbolizará a lama e sua invasão na região. No arvoredo serão plantados mais 272 ipês-amarelos, simbolizando respeito à memória de cada uma das vítimas.
A seleção do projeto contou com a votação dos membros da Avabrum e o apoio técnico da arquiteta e urbanista e ex-presidente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) Jurema de Sousa Machado e do museólogo ex-presidente do Instituto Brasileiro de Museus (Ibram) Marcelo Mattos Araújo. O início das obras deve acontecer entre agosto e setembro próximos, e o Memorial Brumadinho entregue à população em um ano e meio.