“Presentes na decoração do estabelecimento no Farol Santander, em São Paulo, estão verdadeiras joias da decoração na forma de peças de designers e artigos de patrimônio”
“Nas paredes, quadros com fotos antigas e plantas do prédio com tanta história que, por si só, já mereceriam estar guardadas em um cofre. Nos três ambientes, móveis e objetos de decoração assinados por nomes como Fernando Jaeger e Carlos Motta. Recém inaugurado no edifício do Farol Santander, o Bar do Cofre SubAstor foi pensado para dar uma nova função e um novo rosto a um espaço que respira tradição.”
“Tombado como patrimônio histórico, o cofre que agora abriga o SubAstor foi reformado com projeto dos arquitetos Valeria La Terza ou Rodrigo Leopoldi, da LAB Arquitetos, com o objetivo de preservar o que é patrimônio, mas tornar o espaço agradável aos frequentadores. “O que norteou a gente foi destacar os elementos icônicos do cofre, as portas principais de segurança, as 2 mil caixinhas, tirar partido daquilo em que não poderíamos mexer e transformar em atração”, explica Leopoldi.”
“A ideia é que, não importa em qual dos três ambientes do bar o visitante estivesse, a vista da porta principal se mantivesse em destaque e fosse possível identificar com facilidade o espaço. Outro ponto focal do projeto é o bar – grande carro-chefe da marca SubAstor – que funciona como uma espécie de centro de iluminação e diminui a sensação de claustrofobia do local, que tem capacidade para 90 pessoas.”
“A ideia dos contrastes, quando você cria ambientes mais iluminados e outros menos, você tira um pouco a sensação de que está tudo lavado e você está preso em uma caixa, e você tem uma impressão diferenciada em cada lugar que você olha. Nos dois principais salões a gente trouxe um bar como elemento de atração, que ilumina o salão todo, destaca a bebida e a ação do barman”, diz ele.
Na recepção, o mobiliário do designer brasileiro Hugo França atualiza o ambiente, trazendo arte mais contemporânea em contraste com o ar anos 30 dado por outros elementos. “A gente quis trazer essa brasilidade para dentro do cofre, ele trabalha com troncos de árvore e faz peças únicas”, diz a arquiteta.”
“Ela complementa ainda que a escolha de cores e tecidos foi fundamental para criar um ambiente que remete ao glamour da década de 30. “A ideia do cofre é a de uma coisa luxuosa e a escolha dos tecidos remeteu a isso. Usamos muito veludo, muito couro, em tons de dourado, de vinho, de verde, remetendo também aos anos 30 e 40, então sempre essa mistura do novo com o antigo”, completa
Poltronas quase centenárias, de designers brasileiros e italianos, foram garimpadas em antiquários paulistanos e harmonizadas com peças de marcas conceituadas de design, como é o caso dos próprio Fernando Jaeger, Carlos Motta, bem como do Estúdio Bola, Brentwood, Desmobilia e La Novita.
Invadindo (e recuperando) o cofre
Um dos principais desafios do projeto, segundo os arquitetos, foi transformar um ambiente que é patrimônio, ou seja tem requisitos rigorosos para qualquer alteração, mas cumprir também os de segurança exigidos por órgãos como a Vigilância Sanitária e o Corpo de Bombeiros. “A gente teve que adequar as questões de acessos e saídas. Para poder ter um funcionamento tranquilo, foi criado uma porta corta-fogo que foi uma obra de engenharia bem importante, que cortou a parede de 30 cm de concreto para acessar o outro imóvel e gerar uma rota de fuga”, detalha Valeria.”
“O trabalho de restauro envolveu a recuperação da grande porta redonda, que pesa 16 toneladas e ainda funciona perfeitamente, e de detalhes internos. “Foram recuperadas todas as portinhas, as trancas, alguns estão abertos, outros fechados, mas é possível visualizar e pegar a caixinha metálica lá dentro”, explica Leopoldi.”
“Foto: Divulgação/Carol Gherardi Flair Coletivo”
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