Projeto Moradias Infantis, no Tocantins, dos escritórios brasileiros Aleph Zero e Rosenbaum.
Uma escola rural próximo à Ilha do Bananal, no Tocantins, foi escolhida como o melhor edifício do mundo pelo Royal Institute of British Architects (Riba), que distribui uma premiação que leva o nome da instituição a cada dois anos. O prestigioso Riba, que leva em consideração a excelência arquitetônica e o impacto social do projeto, decidiu premiar em 2018 o projeto Moradias Infantis, dos escritórios Aleph Zero e Rosenbaum.
Na Fazenda Canuanã estudam, em regime de internato, cerca de 500 crianças e adolescentes da região, um espaço que existe há quase 40 ano e que é custeado pela Fundação Bradesco. Foi a convite a fundação que os dois escritórios aceitaram o desafio de desenhar o novo projeto.
Antes de formatá-lo, os arquitetos contam que mergulharam nas histórias e impressões que ouviram dos alunos a respeito da vida na escola. Nas visitas ao local, na zona rural de Formoso do Araguaia, a cerca de 300 km de Palmas, toparam com o encontro de três biomas: cerrado, pantanal e Amazônia.
O que se ergueu em uma área de 26 mil metros quadrados foi uma estrutura imponente e ao mesmo tempo delicada cujas cores fazem jogo com o entorno. Tijolos, alguns de fabricação local, e muita, muita madeira.
A madeira utilizada foi a fabricada pelo sistema MLC – Madeira Laminada Colada, cujo fornecedor fica no interior de São Paulo.
“Ganhar o RIBA International Prize 2018 foi um grande reconhecimento da dedicação e do comprometimento de todos que participaram do projeto”, diz um dos arquitetos responsáveis, Gustavo Utrabo.
Segundo a agência Reuters, que noticiou o prêmio, os especialistas do juri visitaram 30 construções até escolher o vencedor – de um jardim vertical em Milão até uma escola de música em Tóquio.
Um fator decisivo para o juri foi ouvir as crianças e adolescentes sobre a vida no complexo, lançado em 2017.
Por LEONARDO FINOTTI
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